sexta-feira, 17 de junho de 2011

HIPÓTESES - I



“NUNCA MAIS desfazer,
se uma vez feito,

uma gota sequer
de amor-perfeito.

E JAMAIS

insistir em desistir
dum instante qualquer

que intente rir
ou da busca de algum contentamento.


EVITAR
as estradas mais pisadas,

as tristezas mostradas pra alegrar

e também disfarçar o querer-bem
ou o tal de “magôo pro teu bem”

e, nem morto, viver pra revidar.

ATENTAR
contra as forças corrompidas,

amparadas por leis envelhecidas,
entretidas em sempre escravizar...


QUESTIONAR
sobre pesos
e medidas,
sobre iguais mais iguais,
favorecidos,

os que impedem o futuro de chegar.”




Altair de Oliveira – In: O Embebedário Diverso

quinta-feira, 2 de junho de 2011

HIPÓTESES - II



”Quando aquilo que sonha não quer vir,
enfadar de esperar e procurar.
Se o que for lhe bastar, nem existir,
nem seguir se não tem o que buscar.
Sem sentir, sensatar e desistir.
Permitir que desgraças possam ir
e que graças que passam o façam rir.



Ter prazer e motivos emotivos
pra doer toda vez que acontecer
dum encanto que conta perecer
ou dum riso mais vivo lhe evitar.


Levitar todas quartas,
Todas terças...
Inventar de saltar por sobre cercas,
sobre cárceres e cordas que encontrar.”





Altair de Oliveira - In: O Embebedário Diverso.
Ilustração
: trabalho do pintor Salvador Dalí.