quarta-feira, 9 de março de 2011

Heróis e Dias Amenos

HERÓIS & DIAS AMENOS


Temos que a vida não dói.
- Viver é tudo que temos!
Ao menos somos os heróis
Da história que nos fazemos.
E, enquanto o tempo nos rói,
Tecemos planos de engenhos...
Vamos em busca de sonhos
Usando de asas e de remos.


Galgamos sobre o passado
Buscando os dias amenos
Tememos sobre o futuro
Que nem sabemos se temos
Jogamos os nossos melhores
Tentando ganhos pequenos
Treinamos poses de heróis
Da história que nós queremos!

Enfim, nós somos assim:
Restos de tudo que fomos
Mas sempre somos heróis
Da história que nos contamos
Nos cremos por maiorais
Que, ao certo, um dia seremos
Morremos sempre no fim...
- Fingimos que não sabemos!



Altair de Oliveira - In- O Lento Alento


Ilustração 1: Foto de painel de cerâmica de Poty Lazarotto;
Ilustração 2: Foto de arte rupestre.

13 comentários:

  1. "Morremos sempre no fim...
    - Fingimos que não sabemos"

    Essa fingida aí sou eu, rsrs.
    Brinco com a morte de esconde esconde.
    Quem achar primeiro leva o outro, rs.
    Mesmo num poema sério [e belo]
    eu consigo pingar humor.
    Acho que vou morrer no meio de um sorriso do tamanho da cara,
    eu mereço isso, rsrs.
    Bitokitas, amigo querido, e voltarei mais vezes, pode contar com isso!

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  2. Seja muito bem-vinda, Elza! Bem teu este jeitinho maroto de tocar a vida...hê!

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  3. Somos heróis sem máscaras e capas... se bem que, na atual conjuntura, máscaras até caem e fazem bem ou bens (rsss).
    Muito bom velho guerreiro das letras.

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  4. " Vamos em busca de sonhos
    Usando de asas e de remos "

    e assim vamos remando em busca dos nossos sonhos...

    adorei este poema....
    maravilhoso....

    :D

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  5. Querido amigo, não estou conseguindo te segui...bj

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  6. "Morremos sempre no fim...Vc sabe como isso mexeu comigo amigo,vc ja me conheçe e sabe minha vida ,que as vezes o fim chega no começo.Bj enorme nesse coraçãozão

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  7. Boa poesia, há uma grande sonoridade, poesias do cotidiano lembram o Carlos Drummond de Andrade, se permite apenas uma sugestão o título poderia ser "cotidiano" achei que o título ficou muito grande, no mais a perfeição de sempre.

    Abraços

    Hugo

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  8. Oi Poeta! Agora sim...consegui deixar um recado...essa poesia é um convite a reflexão...mais uma vez PARABÉNS!!!

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  9. Muitíssimo grato, Hugo! Mas o Drummond fazia poemas com menos musicalidade que o meu, eu creio nisso...hehe! Este poema especificamente trabalha uma idéia do americano Paul Auster que é mais ou menos assim: "todos nós, queiramos ou não, fazemos literatura todos os dias quando, a partir de que acordamos começamos a compor novamente o nosso próprio personagem, o herói de nossa história, blablablá...". Não tive portanto intenção de trabalhar o cotidiano aí, o que tive foi intenção de colocar este título dúbio, que quer mais ou menos dizer: "cada dia que gastamos procurando um dia ameno em nossas vidas é verdadeiramente um dia a menos...". Mas literatura não trata de verdades, fica então o bendito dito pelo não dito! Grande abraço, brother!

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  10. "Tememos sobre o futuro, que nem sabemos se temos"...porque tanto temer, se o tempo não podemos controlar e as ligações são tantas que dos instantes terminamos por vezes reféns?!Bela poesia Altair! Um Beijo

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  11. Grande poeta, gostei...

    Morremos sempre no fim...
    - Fingimos que não sabemos!
    lindissimo....parabéns!!

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  12. Lindo seus poemas, Altair!Sempre encantando com suas belíssimas palavras! Parabéns por seu talento e sensibilidade que passa ao escrever! Abraços: Márcia. (Acho que consegui postar!!Rsrsrs)

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