domingo, 30 de dezembro de 2012

Desandanças.



  DESANDANÇAS


Sou desde cedo incompleto
perto de estar descontente
busco no todo e no sempre
tomar um tento do incerto.

Esgrimo por entre as gentes
conserto meus desconcertos
e eu tento, de todo jeito,
manter um sonho por perto...

Disfarço meus embaraços,
enfrento mil contratempos
Num tempo de pouco tempo
Contemplo o pouco que faço.

Mas inda trago esperanças
que a sorte um dia me alcance
onde, apesar de impedâncias,
eu possa dançar...e não dance!



Poema de: Altair de Oliveira, In: "O Lento Alento".
Ilustração: foto de estatueta de "Degas".

Altair de Oliveira - In- O Lento Alento

4 comentários:

  1. Nossa parabéns Altair que lindo!!!
    Sinto empenho em segurar a esperança,muito bom!
    beijos amigo.

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  2. O autoconhecimento,a avaliação, as dúvidas sobre nós mesmos.Mas, a esperança e a fé inerentes a todo ser humano. Uma descrição magistral,Poeta! Abraços. Dalvíssima.

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  3. Hey meninas, thanks so much pelo carinho! Este poema é mesmo uma viagenzinha ao próprio interior...hê!

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  4. Muito bom!! É esta a verdade nua, e nossa, que nos reveste. o impasse
    entre as nossas aspirações e as realizações destas.. se a vida nos nega uma dádiva, por certo lamentaremos a nossa falta de sorte.. se parte de nós, a recusa, fica a calma, o conforto do encontro, a certeza da esperança. Amo o seu pensamento!!

    Beijos, beijos..
    Julia.

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